A Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina
(Facisc) se manifestou nesta semana sobre a Operação Carne Fraca, deflagrada na
última sexta-feira (17) pela Polícia Federal. A Facisc acompanha de perto a
ação que investiga empresas do setor alimentício envolvidas supostamente em um
esquema de corrupção que liberava a comercialização de alimentos produzidos por
frigoríficos sem a devida fiscalização sanitária. A entidade também manifesta
preocupação sobre o ocorrido e mostra-se favorável às investigações e ao
controle de qualidade dos produtos de origem animal tanto Santa Catarina, como
em todo o país.
De acordo com o vice-presidente de Agronegócios da Facisc,
Vincenzo Mastrogiacomo, que tem experiência técnica há mais de 40 anos, atuando
em grandes empresas produtoras e exportadoras de carne, a Operação visou punir
agentes do Ministério da Agricultura que estariam envolvidos em receber
propinas para acobertar atos ilícitos que viessem a burlar o regulamento geral
do Serviço de Inspeção Federal do Ministério da Agricultura (SIF), responsável
pela inspeção dos abates, preparação e exportação de carnes de ave, suínas e
bovinas.
“Mediante esses fatos foram lançadas suspeitas sobre a
qualidade das carnes em 21 unidades do Brasil atacando indistintamente e de
forma geral pequenas fábricas bem como grandes conglomerados, que somam cerca
de 5.000 unidades industriais de produção de carnes existentes no país. A mídia
revela carnes podres, adulteradas, sem condições de consumo, uso de aditivos
químicos, porém nada foi apresentado como laudo, auditorias ou reclamações
tanto do mercado interno como do externo. Com todos esses processos não podemos
aceitar que um desvio cometido por alguns agentes e operadores possam
comprometer todo um trabalho de muitos anos na conquista da excelência em
qualidade de produção das carnes. Por outro lado, se houve irregularidade, deve
ser apurado e corrigido e os responsáveis punidos”, afirma.
O SIF é um dos melhores serviços de inspeção no mundo na
defesa da qualidade e sanidade animal e como consequência o Brasil é hoje o
maior exportador de carnes de aves e bovinas, seguidas da carne suína.
“São mais de 150 países que recebem e consomem nossas carnes, então não
podemos aceitar que um fato dessa natureza e ainda pouco explicado possa afetar
a total qualidade das carnes produzidas pelas nossas empresas frigoríficas
cujas plantas estão entre as melhores do mundo.
Apesar do estado de Santa Catarina não ter sido citado nesse
episódio, poderá ser também afetado economicamente, uma vez que é a maior
exportadora de carnes suína e a segunda maior exportadora de carne de aves. “A
Facisc mais uma vez demonstra preocupação sobre o ocorrido e reitera a defesa
pelas indústrias, pela qualidade e sanidade da produção, pela defesa do sistema
de inspeção do Ministério da Agricultura e se manifesta a favor da punição aos
infratores pelos órgãos competentes”, finaliza.
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